sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

"Parar seria sacanagem”

Petkovic no auge aos 37 anos >> Médio sérvio explica a O JOGO o que há tanto tempo o prende ao Brasil, revelando também que chegou a estar perto de Benfica e FC Porto

(Reprodução da entrevista cedida a Revista O Jogo - Portugal)

Petkovic fez o percurso ao contrário: trocou a Europa pelo Brasil. Foi há mais de uma década. Já rodou por sete clubes daquele país, voltando este ano ao Flamengo. O treinador não o queria, mas o presidente sim, para abater uma dívida de milhões. Acabou campeão e melhor jogador da competição. “Foi um regresso bastante turbulento. Apostei em mim mesmo ao voltar, arriscando a idolatria que já tinha, mas, com muita superação, tudo terminou maravilhosamente”, refere o sérvio, em entrevista a O JOGO, acrescentando outra distinção: “Deixei a marca dos meus pés na Calçada da Fama do Maracanã [foi somente o quinto estrangeiro a ter esse privilégio].”

Certo é que, aos 37 anos, Petkovic ainda não pensa em parar. “Seria sacanagem com os adeptos. Vou continuar no Flamengo. E nem estabeleço um prazo para parar. Vou jogar enquanto conseguir ser um dos melhores”, revela o craque do Flamengo, que explica facilmente por que já está há tanto tempo no Brasil. “Tenho uma paixão enorme pelo país, pela cidade, desde 2001 que já sou cidadão honorário do Rio de Janeiro. E, para mim, o povo brasileiro é muito parecido com o da Sérvia. Alegre, humano, preguiçoso e cabeça dura”, graceja Pet, o jogador mais novo de sempre (16 anos e 15 dias) a estrear-se na primeira divisão da antiga Jugoslávia.

E os portugueses estiveram quase a ter a oportunidade de ver mais de perto o futebol criativo deste sérvio, também especialista em bolas paradas. Benfica e FC Porto, em diferentes momentos, mostraram-se interessados. “Houve duas sondagens. Uma do Benfica, antes de vir para o Brasil, quando estava no Real Madrid. A outra julgo que em 2001, do FC Porto. Iria substituir o Deco, mas ele acabou por não sair”, revela Petkovic, que desde então só sairia do Brasil para conhecer Veneza e jogar em países cujo futebol estava a desenvolver-se e, também por isso, dava dólares a ganhar às estrelas: esteve um ano na China e outro na Arábia Saudita. Agora, jura que não o tiram mais do Brasil...

Petkovic chegou ao Brasil há 12 anos. Já representou sete clubes daquele país, incluindo três dos quatro históricos do futebol carioca – no Rio, apenas lhe faltou o Botafogo Rambo entende que já é tarde para ir ao Mundial

Petkovic é internacional pelo seu país ainda do tempo em que este se chamava Jugoslávia, mas nunca jogou pela Sérvia. Admite que já não sonha com isso, revelando, porém, que gostaria de ter um encontro de despedida com a camisola do seu país. “Com 37 anos, e sem jogar a fase de qualificação, não seria justo pedir uma convocação para o Mundial, mas um jogo particular, após o Mundial, acho que isso mereço”, afirma Petkovic, que no seu país é conhecido por... Rambo. O talentoso futebolista promete, contudo, seguir atentamente o Mundial da África do Sul, onde deseja o sucesso de... quatro selecções. “Torço pela Sérvia e pelo Brasil, mas também pela Espanha, porque uma das minhas filhas nasceu lá, e pela Itália, onde nasceu a outra”, justifica, sorridente, Petkovic, que, mais a sério, avalia o grupo do Brasil e de... Portugal: “Vai ter uma briga difícil. Brasil e Portugal são favoritos, mas a Costa do Marfim vai ser uma complicação.”

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